Bento XVI pede
a tchecos que conservem
suas raízes cristãs
Da Redação, com Rádio Vaticano
Ao final da Santa Missa, celebrada neste domingo, 27, no Aeroporto Tuřany, em Brno, o Papa Bento XVI recitou, como todos os domingos, a oração mariana do Ângelus, declarando-se feliz de fazê-la “no coração da Morávia, região fraternamente unida à Boémia, terra marcada por muitos séculos de fé cristã, que recorda, na sua origem, a corajosa missão de São Cirilo e São Metódio”.
“A Morávia é terra rica de santuários marianos, que multidões de peregrinos visitam durante todo o ano. Neste momento desejaria deslocar-me numa peregrinação em espírito junto da frondosa montanha de Hostyn, onde venerais Nossa Senhora como vossa Protetora. Que Maria mantenha viva a fé de todos vós, a fé alimentada também por numerosas tradições populares que se radicam no passado, mas que vós justamente tendes o cuidado de conservar para que não diminua nas aldeias e cidades uma calorosa convivência familiar”.
Se “o ritmo da vida moderna tende a cancelar algumas marcas de um passado rico de fé”, observou o Papa, “é importante não perder de vista o ideal que os costumes tradicionais exprimiam”.
“Sobretudo há que manter o patrimônio espiritual herdado dos vossos antepassados, para o conservar e, mais ainda, para o tornar correspondente às exigências do tempo presente. Vos ajude a Virgem Maria, à qual confio uma vez mais a vossa Igreja e toda a Nação Tcheca”.
Ao final do Ângelus, Bento XVI saudou os fiéis e, em seguida, retornou à Praga, onde se reúne, a tarde, para um encontro ecumênico no Arcebispado de Praga, e logo após, com representantes do mundo acadêmico no Castelo de Praga.
"Quem pode salvar
o homem
senão Deus?", reflete Bento XVI
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Santo Padre deslocou-se à cidade logo cedo (8h45 local) para encontrar os fiéis e peregrinos, cerca de 150 mil, e com eles celebrar a Missa e, em seguida, a oração do Ângelus.
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Em sua homilia, o Papa falou sobre a esperança, partindo das palavras de Jesus, escritas em grandes letras no pórtico da Catedral de Brno: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. O Pontífice disse ter acolhido a sugestão do bispo local para falar sobre a esperança, pensando não só no povo deste país, mas também na Europa e em toda a humanidade, “que tem sede de algo sobre que o apoiar solidamente o próprio futuro”.
“A experiência da história mostra a que absurdos chega o homem quando exclui Deus do horizonte das suas opções e ações. E mostra também que não é fácil construir uma sociedade inspirada nos valores do bem, da justiça e da fraternidade, porque o ser humano é livre e a sua liberdade permanece frágil. A liberdade tem que ser constantemente reconquistada. Trata-se de uma tarefa que toca a todas as gerações”, apontou Bento XVI.
Detendo-se sobre a realidade do mundo contemporâneo, o Papa destacou:
“O vosso país, como outras nações, está vivendo uma condição cultural que muitas vezes constitui um radical desafio para a fé e portanto também para a esperança. De fato, na época moderna, tanto a fé como a esperança foram como que acantonadas, relegadas para o plano privado e ultra-terreno, ao passo que na vida concreta e pública se afirmou a confiança no progresso científico e econômico”.
Mas o fundamento da fé e da esperança, sublinhou Bento XVI, permanece sempre e só o Amor de Deus revelado e comunicado em Jesus Cristo:
“O homem tem necessidade de ser libertado das opressões materiais e, mais profundamente, dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo se não Deus, que é Amor e revelou o seu rosto de Pai onipotente e misericordioso em Jesus Cristo? A nossa firme esperança é portanto Cristo: n’Ele Deus nos amou até ao extremo e nos deu a vida em abundância, aquela vida que cada pessoa, por vezes até mesmo inconscientemente, aspira a possuir”.
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